quinta-feira, 20 de setembro de 2007

[P03] Projeto VEM promove o turismo responsável na Ilha de Marajó


Conhecer uma ilha mágica onde tribos indígenas viveram e só deixaram alguns artesanatos como prova, onde quase todo dia tem um arco-íris e onde há mais búfalos do que gente é muito interessante. Por sua vez, ficar um tempo em uma comunidade, vivendo com os pescadores e conhecendo um pouco mais da sua cultura é um diferencial oferecido pela comunidade da Vila do Pesqueiro, na Ilha de Marajó (PA), dentro de um projeto chamado VEM – Viagem Encontrando Marajó.
Distante 3h30 de barco de Belém do Pará, a Ilha de Marajó é maior do que a Inglaterra e é banhada pelo mar ao Norte e por uma série de rios ao Sul. Assim, a Vila do Pesqueiro reúne as riquezas da fauna e flora amazônica, com praias de areia branca.
Com esse potencial turístico, os quase 400 moradores se uniram e decidiram receber grupos de até 10 pessoas, tratá-los como reis e em troca criar uma fonte de renda com o turismo sustentável. Sem hotéis na vila, o turista fica hospedado nas casas dos próprios moradores.

O projeto:


A Vila do Pesqueiro, comunidade tradicional marajoara, não se beneficiava com o fluxo turístico ocorrido na praia. Então, o cartão postal tradicional da ilha decidiu deixar de ser apenas um passeio de uma tarde e está se capacitando para atrair turistas, principalmente pessoas descoladas que valorizem a cultura local e o desenvolvimento do turismo consciente e integrado.
O projeto criado pela comunidade, liderado pela Associação das Mulheres do Pesqueiro, com apoio de Maria Tereza Junqueira, quer profissionalizar o serviço turístico e gerar renda.
Além dos preços dos serviços, como hospedagem, passeios e refeições, uma taxa de R$ 70 é cobrada do visitante. A idéia é com o tempo investir os recursos dessa taxa construir uma pousada comunitária. Dos habitantes, menos de 10% é assalariado. A maioria vive da pesca, que já não está rendendo muito. Por isso, o investimento no turismo. De olho na profissionalização e melhoria dos serviços prestados, as mulheres da associação fizeram acordos de capacitação junto ao Sebrae.
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Notícia publicada em 8 de Setembro de 2007. Disponível na íntegra em:
http://www.turismoresponsavel.tur.br/noticia-viagem-turismo-meio-ambiente-1471.html

Análise:

A notícia fala sobre o turismo sustentável que passou a ser desenvolvido em uma pequena vila na Ilha de Marajó (PA). Entretanto, o mais interessante é que a inserção da atividade foi elaborada pela própria comunidade que criou uma associação de moradores interessados em promover a visitação de turistas, sem descaracterizar sua cultura e sem adequar a vila para a visitação.

A verdade é que para uma atividade como o turismo se desenvolver em uma região onde já existe uma outra atividade, como é o caso da pesca na Vila do Pesqueiro, é necessário que tal iniciativa parta dos próprios moradores e, principalmente, que estes tenham a noção de que é o turista / visitante, que tem que se adaptar ao local, e não o contrário.


Proposição:

Existem hoje, milhares de comunidades que, assim como a Vila do Pesqueiro, não consegue mais se manter e dar boas condições de vida aos moradores, apenas com as atividades já desenvolvidas há anos, como é o caso da pesca, agricultura, etc.

Assim, a atividade turística se caracteriza como uma fonte de renda extra para a comunidade e uma forma de valorização da cultura e das belezas locais. Entretanto, para que esta atividade seja desenvolvida de forma sustentável, é necessário que haja planejamento e, principalmente, que a comunidade local esteja ciente dos benefícios e dos malefícios gerados pela inserção do turismo.

Portanto, seria interessante que comunidades como esta, interessadas no desenvolvimento do turismo como atividade secundária, juntamente com o apoio de instituições como o Sebrae, Emater, Secretaria de Turismo do Estado, entre outros, promovessem a criação de associações de moradores, capaz de desenvolver projetos para a conscientização da comunidade local sobre a atividade turística e suas vantagens e, principalmente, disponibilizar-lhes capacitação profissional.

Desta forma, a associação, seria responsável pela criação de roteiros, escolha da hospedagem (na casa dos prõprios moradores) e da gastronomia que seria oferecida aos turistas, de maneira a adequar o passeio destes ao cotidiano e às condições da comunidade.

Tal iniciativa seria até mesmo uma forma de atrair visitantes, que já não consideram interessante aqueles pacotes com hospedagem em hotéis requintados de frente para o mar, se interessando portanto, na valorização da cultura e do contato direto com os modos de vida da comunidade local, aumentando o periodo de estada destes e promovendo assim, a sustentabilidade da atividade turistica.de forma consciente e integrada.

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