Entre os muitos motivos para a migração dos jovens de comunidades rurais para os grandes centros urbanos está sem dúvida a falta de perspectivas de trabalho que, por sua vez, é fruto de variáveis como a falta de políticas públicas focadas nesse segmento da população rural. O resultado é que esses jovens, que não encontram perspectivas de melhoria de vida no meio rural, migram sem as condições adequadas para se estabelecerem profissionalmente nos meios urbanos, agravando ainda mais a desigualdade social que é um dos maiores desafios do País.
É neste contexto que a Emater iniciou, neste ano, um trabalho específico com a juventude rural, em todo o Estado. Não há ainda um programa estruturado, explica a coordenadora dos trabalhos Lázara Alves Rezende, “pois a idéia é construí-lo com a participação dos jovens, e não um programa que lhes chegue pronto e acabado”.
Em 2007, acrescenta Lazara Rezende, a prioridade passa a ser a formatação do programa. “Desta primeira fase, já tivemos uma certeza há uma energia enorme nos jovens do meio rural, há uma vontade de participar, de criar perspectivas de trabalho e renda, uma imensa energia para a transformação das atuais condições em que se encontram”.
A Emater tem uma história de trabalho com a juventude rural. Os tempos e os desafios evidentemente são outros, mas a Extensão Rural e os jovens saberão superá-los, na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável”, conclui a coordenadora da Emater-MG.
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Notícia de Dezembro de 2006 do jornal da Emater - MG, disponível na íntegra em:
Análise
Como se vê na reportagem, o Intuito da Emater – MG é fazer com que os jovens das comunidades rurais não abandonem seu meio e sua cultura por condições de vida e de trabalho melhores que, para eles, somente são oferecidos no meio urbano. Na verdade, o campo é capaz de suprir as necessidades (trabalho, alimento e capacitação profissional) da comunidade local, desde que bem aproveitado.
Assim, algumas das estratégias adotadas para mudar a visão da comunidade local em relação ao meio em que estão inseridos, é através de projetos e programas voltados para estes grupos, privilegiando a participação dos moradores, fortalecendo ou mesmo resgatando seus direitos de cidadania e, principalmente incentivando-os na busca pela melhoria da qualidade de vida no campo.
Proposição
Como muitas vezes desconhecido pela própria comunidade local, o meio rural tem muito a oferecer aos moradores, como: emprego, renda, alimentação, entre outros. De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o setor com maior participação no PIB é o Turismo Rural.
A necessidade de viajar, principalmente por parte dos cidadãos urbanos, tem seguido uma tendência de crescimento. Cada vez mais as pessoas residentes nos grandes centros vêem-se em situação de extremo desconforto, seja pela falta de espaço, poluição ou excesso de trabalho. E assim, o stress resultante, impulsiona esses cidadãos a procurarem locais mais tranqüilos, como sítios e fazendas.
Portanto, uma das opções para quem vive neste espaço é a inserção da atividade turística às atividades desenvolvidas no campo (como a criação de gado, agricultura, ou até mesmo, produção artesanal de produtos da roça – cachaça, doces e queijos) possibilitando ao proprietário rural uma diversificação de sua renda.
Desta forma, com o objetivo de promover o desenvolvimento do turismo rural sustentável, seria interessante que fossem implantados no meio rural projetos e programas de capacitação sobre turismo rural para pequenos proprietários rurais e jovens da comunidade local. Os recursos necessários para a implantação do programa seriam disponibilizados pela prefeitura, juntamente com empresas privadas da própria comunidade, onde todos se beneficiariam com o desenvolvimento da atividade turística.
O programa elaborado permitiria aos agricultores entender o conceito de turismo rural e suas múltiplas possibilidades, conhecimentos básicos para elaboração de projetos de implantação de empreendimentos de turismo rural e principalmente, suporte para a definição do produto turístico, de acordo com a oferta da propriedade rural, tornando-os pequenos empresários. Além disso, possibilitaria aos jovens maior diversificação de trabalho e renda através de cursos de capacitação com mecanismos de administração e marketing, noções sobre a qualidade no atendimento e os aspectos operacionais da atividade turística. Desta forma, fazendo com que todos tivessem participação na inserção da atividade.
Assim, o turismo rural torna-se uma realidade que, quando bem planejada e assessorada por profissionais competentes, e implantada por proprietários empreendedores, pode ser uma importante forma de diversificação de renda na propriedade rural.